a nossa princesa

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O nosso raio de sol!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Tempo, tempo,tempo

Após o choque do resultado do cariótipo, eu tentei seguir a minha vida com a roitina de uma pessoa que tinha dois filhos pequenos para cuidar, mas a dor não deixava!!!!! Muitas perguntas vieram à minha cabeça e a revolta contra a vida inundou o meu ser, fazendo com que eu chorasse por dias, semanas e até depois de alguns meses. O meu marido, talvez por ser mais forte que eu ficou um pouco abalado, mas logo conseguiu continuar a rotina de sua vida. Eu pelo contrário queria gritar para os quatro cantos o quanto eu estava sofrendo e quanto medo eu estava sentindo.
Sentia que a minha vida tinha acabado e que a minha filha tão esperada não tinha chegado!!!!!
Foram meses de sentimentos totalmente estranhos e contraditórios. As vezes me conformava com a situação, mas em outras eu me revoltava ainda mais.
Nos momentos em que estava melhor procurei informação sobre a Síndrome de Down, pois mesmo sendo professora eu nunca tinha tido contato ou mesmo dado aula para uma pessoa portadora Síndrome. Li muito e pesquisei por toda a internet na busca de um certo conforto para o meu sofrimento. Aprendi muitas coisas sobre a Síndrome, mas em muitas vezes eu não ficava muito animada, pois nos sites relacionados à medicina nem sempre as informações eram muito animadoras, pois a Síndrome sempre estava atrelada a algum tipo de problema de saúde e com isso eu ficava com mais medo ainda.
O tempo foi passando e eu continuava lendo e estudando muito até que decidimos levar a Laura até a APAE para iniciar a estimulação precoce, pois ficamos sabendo que o quanto antes a criança começar a estimulação, melhor será o seu desempenho ao longo da vida.
O tempo foi passando e nós tentávamos levar uma vida normal mesmo que a dor nos assombrasse de vez em quando. Nunca a escondemos de ninguém, continuamos a fazer tudo que fazíamos antes, os mesmos amigos, os mesmos compromissos. Nunca me esqueço das palavras da pediatra: "Vocês precisam levar uma vida normal e não podem deixá-la em casa escondida". É claro que mesmo nos momentos de dor isso nunca passou em minha  cabeça, pois a Laura era a minha filha e seria mostrada ao mundo como ela era.




Quando começamos a levá-la na APAE eu sempre chorava, pois ficava ainda mais triste de ver tantas crianças com  tantos outros problemas. Aquilo me machucava muito, mas novamente com o tempo fui me acostumando com a rotina de lá e foi exatamente em um dia em que voltávamos da APAE, no dia em que a Laurinha completava 6 meses e que descobri o quanto ainda eu tinha para chorar!!







Um comentário:

  1. Nossos filhos são motivo de orgulho, só pais de criança com down sabe o amor que esse cromossomo a mais carrega, sua filha é linda. Guilherme foi estimulado os 12 dias que ficou internado na Unidade Intermediária, após quando completou 1 mês iniciou a fisioterapia, com 10 meses a Fonoaudiologia e essa estimulação é muito efetiva, inclusive se puder replicar alguns exercícios em casa, de modo que seja divertido para o bebê. Hoje Gui faz sessões semanais de Fisio e Fono, tem 1 ano e 1 mes e ja sabe ficar de pé segurando-se, balbucia e fala papai e mamãe e outras palavras da linguagem de bebê.
    Cada novo aprendizado, conquista vibramos junto com ele e ele tem nos mostrado que é capaz de muita coisa, o esteriótipo que a medicina descreveu após o parto nunca chegou perto de Guilherme, ele ultrapassou todos.
    Abraço,
    Murillo
    www.meufilhotemdown.com

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